Habitat Literário
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Os Samurais

Ir para baixo

Os Samurais Empty Os Samurais

Mensagem por Vincent Law Qui Set 15, 2011 10:22 am

Os Samurais Img_samurai_01O termo samurai corresponde à elite guerreira do Japão feudal. A palavra samurai vem do verbo Saburai, que significa "aquele que serve ao senhor". A classe dos samurais, dominou a história do Japão por cerca de 700 anos, de 1185 à 1867. E ao longo desse período, os samurais exerceram diferentes funções em determinadas épocas, passando de duelistas à soldados de infantaria da corte imperial, equipados inclusive com armas de fogo. No início, os samurais realizavam atividades minoritárias tais como, as funções de cobradores de impostos e servidores da corte imperial.

Com o passar do tempo, o termo samurai foi sancionado e os primeiros registros, datam do século X, situando-os ainda como guardiões da corte imperial, em Kyoto e como membros de milícias particulares a soldo dos senhores provinciais. Nessa época, qualquer cidadão poderia tornar-se um samurai. Este cidadão por sua vez, teria que se engajar nas artes militares para então, por fim, ser contratado por um senhor feudal ou daimyo, mas enquanto isso não acontecia, esses samurais, eram chamados de ronin.

Na Era Tokugawa (1603), quando os samurais passaram a constituir a mais alta classe social (bushi), não era mais possível à um cidadão comum, tornar-se samurai, pois o título "bushi", começou a ser passado de geração em geração. Só um filho de samurai poderia tornar-se samurai e este tinha direito a um sobrenome. Desde o surgimento dos samurais, só estes tinham direito a um sobrenome, mas com a ascensão dos samurais como uma elite guerreira sob os auspícios da corte imperial, todos os cidadãos passaram a ter um sobrenome.

A partir desta época, a posição do samurai consolidou-se como um grupo seleto da sociedade. As armas e armaduras que usavam eram símbolos de distinção e a manifestação de ser um samurai. Porém para armar um samurai era necessário mais que uma espada e uma armadura. Parte de seu equipamento, era psicológico e moral; eram regidos por um código de honra muito precioso, o bushido (caminho do guerreiro), no qual a honra, lealdade e coragem eram os princípios básicos. A espada era considerada a alma do samurai. Todo bushi (nome da classe dos samurais), portava duas espadas presas ao Obi (faixa que segura o quimono), o katana (espada longa - de 60 a 90 cm) e wakisashi (de 30 a 60 cm), essas espadas eram o símbolo-distintivo do samurai.

Os samurais não tinham medo da morte, que era uma conseqüência normal e matar fazia parte de suas obrigações. Porém, deveriam morrer com honra defendendo seu senhor, ou defendendo a própria reputação e o nome de seus ancestrais. Se viessem a falhar ou cometessem um ato de desonra para si próprio, manchando o nome de seu senhor ou familiares, o samurai era ensinado a cometer o Harakiri ou Seppuku, ritual de suicídio através do corte do ventre.
Tokugawa Ieyasu

Se um samurai perdesse o seu Daymio (título dado ao senhor feudal, chefe de um distrito) por descuido ou negligência na hora de defende-lo, o samurai era instruído a praticar o harakiri. Entretanto, se a morte do Daymio não estivesse relacionada à ineficiência ou falta de caráter do samurai, este se tornava um ronin, ou seja, um samurai que não tinha um senhor feudal para servir, desempregado. Isto era um problema, pois não conseguindo ser contratado por outro senhor e não tendo quem provesse seu sustento, freqüentemente tinha que vender sua espada para poder sobreviver ou se entregar ao bandidismo.

Nos campos de batalha assim como em duelos, os combatentes enfrentavam-se como verdadeiros cavalheiros. Na batalha, um guerreiro costumava galopar até a linha de frente inimiga para anunciar sua ascendência, uma lista de feitos pessoais, bem como as façanhas do seu exército ou de sua facção. Depois de encerrada tais bravatas é que os guerreiros atacavam-se. O mesmo acontecia num duelo. Antes de entrar em combate, os samurais se apresentavam, reverenciavam seus antepassados e enumeravam seus feitos heróicos para depois entrarem em combate.

Fora do campo de batalha, o mesmo guerreiro que colhia cabeças como troféu de combate era também um fervoroso budista. Membro da mais alta classe, empenhava-se em atividades culturais, como arranjos florais (ikebana), poesia, além de assistir a peças de teatro nô, uma forma de teatro solene e estilizada para a elite e oficiar cerimônias do chá, alguns se dedicavam a atividades artísticas tais como a escultura e a pintura.

Em seus castelos, os daimyo, patrocinavam saraus com pintores, dramaturgos e intelectuais. Assistiam a espetáculos privados de teatro nô. Os generais samurais praticavam caligrafia, arranjos florais e tocavam uma espécie de alaúde. Mas de todas essas atividades, a que mais os envolviam era a cerimônia do chá. Por volta do século XIII, monges zen-budistas introduziram os rituais do chá no Japão. A cerimônia do chá é uma atividade espiritual e durante o raro momento de trégua da guerra, os samurais vinham às salas de chá pra relaxar e apreciar o momento.

O estilo de vida e a tradição militar dos samurais dominaram a cultura japonesa durante séculos, e permanecem vivos no Japão até os dias de hoje. Milhões de crianças em idade escolar ainda praticam as habilidades clássicas do guerreiro, entre elas a esgrima (kendo), arco-e-flecha (kyudo) e luta corporal desarmada (jiu-jitsu, aikido). Estas e outras artes marciais, fazem parte do currículo de educação física no Japão atual.

Hoje o espírito samurai continua vivo na sociedade. Através desse espírito, que o Japão é hoje uma das maiores potencias mundiais.

Os Samurais Img_samurai_06A classe guerreira do Japão feudal conhecida como samurai (ou bushi), conseguiu fama por sua bravura, técnicas marciais, honra e por seu espírito inabalável diante da morte. Essa reputação se deve à um código de ética e conduta, seguido e vivido pelos guerreiros, conhecido como bushido.

Preceitos do Bushido:

GI - Justiça e Moralidade
Atitude direta, razão correta, decidir sem hesitar;

YU - Coragem
Bravura heróica;

JIN - Compaixão
Benevolência, simpatia, amor incondicional para com a humanidade;

REI - Polidez e Cortesia
Amabilidade;

MAKOTO - Sinceridade
Veracidade total, nunca mentir;

MEIYO - Honra
Glória;

CHUGO - Dever e Lealdade
Devoção, Lealdade.

O bushido oferece padrões que regem a vida do guerreiro samurai, principalmente no que diz respeito a honra e coragem. Para o samurai, morrer em uma batalha ou duelo, significa honrar o nome de sua família e de seus ancestrais. Falhar diante do dever de proteger seu senhor, era a maior desonra para o guerreiro, que não tinha outra escolha senão cometer o suicídio, conhecido como seppuku.

Os Samurais Img_samurai_05

Seppuku
Harakiri ou Seppuku

Para evitar a desonra da captura ou a vergonha de sair vivo de um duelo quando derrotado, o samurai praticava um ritual chamado seppuku, que significa: suicídio ventral. No geral, segundo seu código de conduta, quando um samurai perdia sua honra de alguma forma, ele se via na obrigação de cometer o suicídio.

O harakiri, como também é chamado tal suicídio, se baseia numa morte lenta e dolorida, em que o samurai fincava uma pequena espada ao lado do abdômen e cortava o próprio ventre de uma ponta a outra. Porém, antes de atravessar o abdômen com uma lâmina, era feito todo um ritual, que ia desde a composição de um poema de morte por parte do samurai, até um banho de purificação do corpo e da alma. Depois o samurai se recostava num pequeno banco de modo que quando morresse, seu corpo não caísse pra trás. Pegava então sua espada curta ou uma adaga afiada e cortava o corpo na altura do abdômen, terminando por puxar a lamina pra cima. Era importante o samurai ter total auto-controle e não mostrar sinais de medo ou dor. Caso o samurai não tivesse mais agüentando a dor, um parente ou amigo íntimo entre os espectadores do ritual, empunhava uma espada e com ela, decepava a cabeça do samurai de modo que a espada não transpassasse totalmente o pescoço do samurai, deixando sua cabeça pendurada por uma fina camada de pele, para que ela não rolasse no chão.

Entretanto, o ritual nem sempre poderia ser seguido nesses detalhes. Nos campos de batalha por exemplo, pra evitar de ser capturado, o samurai derrotado apenas enfiava a espada em seu abdômen.

O suicídio tem um enorme valor no Japão, pois difere os samurais das outras castas guerreiras e prega o conceito de que mais vale a morte do que a desgraça de ter o próprio nome desonrado. Essa influência se vê ainda nos dias de hoje e um exemplo comum disso, são os pilotos kamikase da Segunda Guerra Mundial.

Em 1703, 47 ronin desafiaram o poder do xogun degolando o mestre de etiqueta, culpado pela morte do antigo amo deles. Em seguida, os ronin cometeram seppuku, tornando-se os mais reverenciados rebeldes do Japão inclusive nos dias de hoje.

Credo do Samurai
Autor desconhecido

Eu não tenho pais, faço do céu e da terra meus pais.
Eu não tenho casa, faço do mundo minha casa.
Eu não tenho poder divino, faço da honestidade meu poder divino.
Eu não tenho pretensões, faço da minha disciplina minha pretensão.
Eu não tenho poderes mágicos, faço da personalidade meus poderes mágicos.
Eu não tenho vida ou morte, faço das duas uma, tenho vida e morte.

Eu não tenho visão, faço da luz do trovão a minha visão.
Eu não tenho audição, faço da sensibilidade meus ouvidos.
Eu não tenho língua, faço da prontidão minha língua.

Eu não tenho leis, faço da auto-defesa minha lei.
Eu não tenho estratégia, faço do direito de matar e do direito de salvar vidas minha estratégia.
Eu não tenho projetos, faço do apego às oportunidades meus projetos.
Eu não tenho princípios, faço da adaptação a todas as circunstâncias meu princípio.
Eu não tenho táticas, faço da escassez e da abundância minha tática.

Eu não tenho talentos, faço da minha imaginação meus talentos.
Eu não tenho amigos, faço da minha mente minha única amiga.
Eu não tenho inimigos, faço do descuido meu inimigo.
Eu não tenho armadura, faço da benevolência minha armadura.
Eu não tenho castelo, faço do caráter meu castelo.
Eu não tenho espada, faço da perseverança minha espada.
_________________________________
Vincent Law
Vincent Law
Admin
Admin

Mensagens : 27
Obrigado(a) : 173
Reputação : 9
Data de inscrição : 11/09/2011

Ficha do personagem
Estátua de Cronos Estátua de Cronos: 99

https://habitatliterario.directorioforuns.com

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo


 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos